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A Revolução Sexual e o Inverno Demográfico

A Revolução Sexual e o 

Inverno Demográfico

Discurso de Don Feder no Fórum Internacional da Família Grande e o Futuro da Humanidade

10-12 de setembro de 2014, Moscou, Rússia
Don Feder
Comentário de Julio Severo: Quando o escritor americano Don Feder deu esse discurso em Moscou, eu estava lá também. Eu e ele também estivemos no Kremlin, envolvidos em palestras ali que duraram o dia inteira, contra a agenda de aborto, homossexualismo e marxismo. O texto a seguir dele é apenas uma amostra das palestras que tivemos no Kremlin e outros lugares e Moscou:
Julio Severo e Don Feder no Kremlin
A maior crise que a humanidade enfrentará no século XXI não é o aquecimento global, ou a diminuição de recursos, ou conflitos regionais ou um super-vírus devastando o planeta ou nenhum outro desastre — real ou imaginário — que provoca agonia em governos nacionais e agências internacionais.
Se as tendências atuais continuarem, não teremos esgotamento de energia ou outros recursos no futuro próximo. O que haverá é escassez de pessoas. Essa catástrofe mundial será a consequência de fertilidade em declínio rápido, chamado de Inverno Demográfico.
O índice de fertilidade se refere ao número de filhos que em média a mulher tem durante sua vida inteira. Um índice de 2,1 é necessário para apenas substituir a atual população.
Em 1960, no mundo inteiro a mulher tinha em média 5 filhos. Agora, esse número é 2,6 e caindo. Hoje, 59 países com 44% da população mundial têm fertilidade abaixo do nível de substituição — em alguns casos, bem abaixo desse nível. Muitas nações desenvolvidas têm índices de fertilidade de 1,5 ou menos.
Como foi que chegamos a esse ponto? O culpado principal é a Revolução Sexual — um fenômeno que se manifestou pela primeira vez no final da década de 1960, não coincidentemente, na época em que os índices de natalidade começaram a declinar.
Dava para se resumir o dogma da Revolução Sexual — que se enraizou no pensamento social das nações ocidentais — como segue: 1. O sexo é o aspecto mais importante da existência. 2. Quando o sexo é consensual, é sempre bom. 3. O principal propósito do sexo é o prazer, não a procriação ou a conexão espiritual. 4. O principal propósito da vida é o prazer. 5. Inibições levam a neuroses e precisam ser vencidas. 6. O sexo não tem nada a ver com a moralidade ou valores, e 7. O sexo não deveria ser apenas livre de culpa, mas também livre de consequências — daí a contracepção, daí o aborto e daí o abandono do casamento.
Minha esposa e eu estávamos em Montreal alguns anos atrás. Numa vitrine de loja, vimos uma camiseta que dizia: “Faça Amor, Não Bebês.” Isso dava para ser o lema da Revolução Sexual — exceto que nem mesmo é amor mais, mas apenas o que chamam de “fazer sexo.”
Os profetas da Revolução Sexual incluem “pesquisadores” (eu uso esse termo com cautela) como Alfred Kinsey e Masters e Johnson, pornógrafos como Hugh Hefner, fundador da revista Playboy, e feministas como Margaret Sanger, Betty Friedan e Simone de Beauvoir.
O efeito da Revolução Sexual sobre a fertilidade tem sido profundo, de amplas consequências e possivelmente irreversível.
Pela primeira vez na história, metade da população mundial em idade reprodutiva usa alguma forma de controle da natalidade. Em 2015, o mercado mundial de contraceptivos gerará um lucro anual estimado de 17,2 bilhões de dólares.
Geralmente, isso é financiado por governos, empresas ou agências internacionais. Muitas espécies se extinguiram. A nossa poderá ser a primeira a financiar a sua própria extinção.
No mundo todo, há aproximadamente 42 milhões de abortos a cada ano. Isso representa mais que o dobro do número de mortes militares na 2ª Guerra Mundial — o conflito mais sangrento da história humana — exceto que, em vez dos soldados de um país mortos em batalha, essas são as vítimas que uma nação provoca em si mesma.
De uma perspectiva demográfica, não estamos apenas perdendo 42 milhões de pessoas anualmente, mas também seus filhos, netos e outros descendentes através das eras. Estamos, de modo muito literal, abortando nosso futuro.
O declínio do casamento tem afetado a fertilidade muito mais profundamente do que os contraceptivos.
Nos Estados Unidos, em 2009, 41% de todos os nascimentos foram fora do matrimônio. A medida em que essas crianças se tornam adultas (em grande parte em lares de mães solteiras), a probabilidade é que continuarão a tradição familiar de não formar famílias.
A procriação não prospera num clima de incerteza. Em 2008, nos EUA, 40% de todos os casamentos terminaram em divórcio.
E menos e menos pessoas estão se casando em primeiro lugar. Na França, em 2010, mais pessoas começaram a viver juntas do que se casarem.
Em 1960, 72% de todos os adultos estavam casados. Em 2008, essa estatística havia caído para 51%. Entre jovens de 18 a 29 — os que estão apogeu dos anos reprodutivos — 59% estavam casados em 1960, em comparação com apenas 20% hoje.
Outrora uma realidade central da existência, o casamento agora é opcional. Nós nos casamos porque escolhemos, não porque precisamos. O que não é de surpreender é que menos casamentos resultam em menos crianças.
Assim como a diminuição dos índices de natalidade é consequência da Revolução Sexual, essa revolução foi produto de algo chamado Marxismo Cultural — um movimento associado com Antonio Gramsci (autor da frase “longa marcha pela cultura”), Georg Lukacs, a Escola de Frankfurt e Herbert Marcuse. O Marxismo Cultural era a resposta deles ao fracasso da revolução mundial depois da 1ª Guerra Mundial. Gramsci desenvolveu uma teoria de que a família e a igreja davam aos trabalhadores uma “falsa consciência de classes” que os tornava imunes aos apelos do marxismo.
A solução, então, era destruir a família e o Cristianismo — e que melhor modo de fazer isso do que fomentar a devassidão (“amor livre” na linguagem da época), e uma sociedade orientada para o prazer irrefletido, em vez de procriação, formação da família e a busca de um sentido mais elevado.
Embora não haja prova de que a redução dramática da fertilidade era o que os marxistas culturais queriam, se você pensar nisso de modo lógico, essa é a consequência natural quando se mina a fé e a família e de uma sociedade muito erotizada onde a família é vista como um obstáculo para a auto-realização e filhos um peso.
Não encontraremos nossa saída da floresta do inverno demográfico até derrubarmos a Revolução Sexual — rejeitando suas premissas, desmascarando seus profetas e expondo seus dogmas.
No final de tudo, a Revolução Sexual é sobre morte — aborto, contracepção (impedir a vida de ocorrer), doenças sexualmente transmissíveis, pornografia e promiscuidade, em lugar de casamento, fidelidade e procriação.
Para combater o Inverno Demográfico, precisamos adotar uma filosofia de vida. Como a Bíblia diz: “Apresentei claramente diante de ti os caminhos da vida e da morte; a bênção e a maldição. Escolhe, pois, o caminho da vida, para que viva plenamente, tu e tua descendência.” (KJA)
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