Jesus is Lord and Savior will return ...
Senhor Jesus está voltando …
A legitimidade da proposta de boicote sugerida por Feliciano
Fabio Blanco
O pretexto de liberdade, quando defendida por meio da crítica à liberdade alheia, não passa de um simulacro. O que ele esconde, na verdade, é o espírito intolerante, incapaz de conviver com as escolhas daqueles que pensam de uma maneira que não se encaixa nos padrões politicamente corretos.
Marco Feliciano |
Quando o pastor Marco Feliciano, por meio de um post no Facebook, propôs (entenda bem: propôs!) aos evangélicos que boicotassem, temporariamente, a empresa Natura, por causa de seu patrocínio oficial à novela da Rede Globo de Televisão, Babilônia, muita gente se mostrou indignada, como se isso representasse uma afronta obscurantista à liberdade de expressão e uma típica atitude de um líder manipulador e de um povo estúpido, pronto para obedecer o que dizem seus gurus.
Desde reconhecidos liberais, como os articulistas do blog O Antagonista, até representantes da igreja pentecostal, como Gutierres Siqueira, discordam, se bem que por motivos diversos, da atitude de Feliciano, colocando em dúvida a correção da propositura do pastor.
Diante disso, me cabe perguntar: onde foi que ele errou?
Basta analisar o que escreveu Feliciano para concluirmos que sua proposta foi uma convocação aberta, sem qualquer tipo de ameaça ao fiéis e muito menos à integridade física ou moral de quaisquer dos envolvidos. Na verdade, foi uma proposta pacífica e até respeitosa para que os evangélicos demonstrassem sua indignação.
Onde está o cerceamento à liberdade de expressão, como sugeriu O Antagonista?
De fato, a atitude de Feliciano representa a mais pura manifestação de liberdade. É a forma mais civilizada conhecida no mundo capitalista de comunicar a uma empresa que ela não está agindo de maneira que agrade seus consumidores. O que o pastor propõe, na verdade, deveria ser visto como uma evolução dentro da democracia brasileira, tão desacostumada de ver as pessoas resolverem seus problemas por si só e tão viciada em esperar que o governo resolva tudo.
Aliás, nestes tempos que se fala tanto em reforma política e democracia direta, a proposta do deputado é um exemplo típico de como o povo, em algumas situações, pode agir diretamente, independente de seus representantes políticos. E isso sem o patrocínio oficial velado, como ocorre nos movimentos de minorias e ONG’s. Se os evangélicos realmente colocassem em prática a proposta de Feliciano, estaria dando um exemplo de maturidade democrática, não de intolerância como sugeriu o blog.
E também diferente do que disse Gutierres Siqueira, que afirmou que a intenção de boicote à empresa é um sinal da imaturidade dos evangélicos, se os crentes realmente colocarem em prática esse ato, estarão demonstrando que entendem muito bem como funciona um país democrático e quais são as armas de ação que estão legitimamente disponíveis a eles.
O que Siqueira talvez não tenha compreendido é que o boicote não é à novela. Para isso, bastaria não assisti-la. O boicote se dirige à empresa que patrocina a novela, que patrocina a causa homossexualista. O que os cristãos fariam seria uma declaração de discordância e insatisfação, avisando à empresa que, se o apoio à novela permanecer, eles deixarão de consumir seus produtos.
Tal atitude é uma prática muito comum nos Estados Unidos, onde existe uma sociedade que desenvolveu uma compreensão da cultura capitalista como ninguém e usa dos boicotes como forma legítima de pressionar empresas a fazer aquilo que ela espera.
Mas aqui isso é visto como intolerância e imaturidade, o que denota que nem mesmo os pensadores deste país conseguem compreender como funciona uma sociedade civilizada.
Siqueira ainda afirma que Feliciano, sendo deputado, deveria prezar pelo bem comum e não promover boicotes. Mas o que é o bem comum na cabeça do articulista? E quem define o que é bom para todos? Será que ele não percebe que esse tal bem comum é uma mera abstração e o que existe, na verdade, são interesses privados que se conflitam, se harmonizam e se toleram. O deputado, portanto, não pode exercer seu mandato em favor de um abstrato bem comum, mas apenas de bens palpáveis e objetivos, conforme a demanda dos setores da sociedade.
E que não se fale que ele está promovendo um policiamento moral. É muita ingenuidade acreditar que a questão da promoção da homossexualidade é apenas um problema de moralidade privada. Estamos tratando com um jogo político muito forte, que envolve a tentativa de impor uma agenda gayzista a toda a sociedade, algo que afeta não apenas os homossexuais, mas, principalmente, as crianças, sujeitas que estão a todo tipo de influência. E que não se diga que esse é um problema apenas para os religiosos, dizendo que basta eles desligarem a tv e tudo estará resolvido. E o restante da população que é afetada por essa propaganda, deve ser ignorada? Ora, não cabe aos religiosos se preocuparem apenas com o mal que os atinge diretamente, mas devem prezar pelo bem da sociedade onde vivem. Abdicar dessa luta é o mesmo que deixar os não-cristãos à mercê dos grupos ideológicos de promoção de gênero. E isso não me parece um exemplo de consciência cristã.
Quando Gutierres Siqueira afirma que má cultura combate-se com boa cultura, ele está certíssimo. O problema é que a questão deixou de ser imediatamente cultural para tornar-se política. Os movimentos organizados de promoção da homossexualidade estão investindo pesado para moldar a mentalidade da população em favor de sua causa. Combater isso apenas no campo cultural é bom, mas seus efeitos são diferidos no tempo e demoram a ser percebidos.
O que existe hoje é uma disputa por mentes e corações e se os cristãos simplesmente ignorarem isso estarão entregando a sociedade aos manipuladores e engenheiros sociais, que usam de todos os meios disponíveis para transformá-la segundo seus interesses.
Por isso, a proposta de Marco Feliciano, além de ser justa, é bastante inteligente. Apenas não sei se a população evangélica é madura o suficiente para compreendê-la.
Fonte: GospelPrime
Divulgação: www.juliosevero.com
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