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As Origens do Calvinismo



Jesus is Lord and Savior will return ...

Senhor Jesus  está  voltando … 

As Origens do Calvinismo[1]




Jack Cottrell[2]



O Calvinismo não se originou de João Calvino (1509-1564), nem a sua alternativa, o Arminianismo, se originou de Tiago Armínio (1560-1609). Estes dois termos têm sido utilizados para pontos de vista opostos (quando defendidos) da realidade ou não de um pecador ter o livre arbítrio para acreditar em Jesus quando ele ouve o evangelho. Outras coisas estão envolvidas, mas este é o divisor de águas entre as duas posições. Basicamente, o Calvinismo diz que o pecador não tem tal livre arbítrio; o arminiano diz que ele tem.



Nos três primeiros séculos da Igreja, a visão do livre-arbítrio era tudo que existia. O que hoje é chamado Calvinismo realmente veio de Santo Agostinho (354-430), que introduziu a primeira doutrina abrangente do pecado original. De acordo com Agostinho, o pecado de Adão levou todos os seus descendentes naturais a nascerem em um estado de depravação total. Isto é equivalente à escravidão da vontade, ou a perda da capacidade de escolher o bem – especialmente a capacidade de escolher aceitar o evangelho, quando confrontado por ele.



Uma vez que Agostinho inventou o conceito da depravação total universal, era natural que ele desenvolvesse o restante do sistema calvinista chamado TULIP, especialmente aquelas doutrinas que logicamente decorrem da escravidão da vontade: Eleição Incondicional, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos. Assim, o “Calvinismo” nasceu, há mais de um milênio antes do próprio Calvino.



Durante a Idade Média, ambas as visões co-existiam dentro do amplo contexto da Igreja Católica. Quando ocorreu a Reforma, o Catolicismo em geral abraçou o livre arbítrio, porém os principais reformadores – Martinho Lutero (1483-1546), Ulrich Zwinglio (1484-1531) e João Calvino – abraçaram o sistema agostiniano construído sobre a doutrina da escravidão da vontade. Para eles, a ausência do livre-arbítrio era devida, não apenas à conseqüência do pecado de Adão, mas também à própria natureza da soberania divina.



Para Lutero, a onipotência e pré-conhecimento de Deus absolutamente descartam qualquer possibilidade de livre-arbítrio. Esta combinação “nocauteia o ‘livre-arbítrio’, e o destroi totalmente”, disse ele.[3] Zwinglio declarou que Deus é a “única causa real” de tudo que tem a ver com os seres humanos,[4] incluindo os seus pecados: “Nem mesmo a obra do pecado parte de qualquer outra pessoa a não ser Deus”.[5]



A visão de Calvino não era diferente. Ele disse: “O mundo é tão governado por Deus, que nada é feito nele, senão por seu secreto conselho e decreto.”[6] Isto se aplica até mesmo ao pecado: “O que nós sustentamos é que, quando os homens agem perversamente, eles assim fazem... pelo propósito ordenado de Deus”.[7] Isto se aplica ao primeiro pecado: “Eu, assim, afirmo que Deus ordenou a queda de Adão”.[8]



Na Reforma continental os únicos defensores do livre-arbítrio foram os da Reforma Radical, especialmente os anabatistas. No século XVII o próprio Armínio defendeu a visão há muito sustentada do livre-arbítrio, e seu nome ficou ligado a ela. No século XVIII, John Wesley formulou uma importante versão dela conhecida como Arminianismo Wesleyano. Muitos indivíduos e grupos hoje (incluindo o Movimento da Restauração) sustentam um sine qua non do Arminianismo, ou seja, o livre arbítrio. Eles discordam em muitas outras áreas, não obstante.



A visão agostiniana/calvinista criou raízes sólidas nos séculos XVI e XVII. Foi enunciada em vários credos importantes, incluindo o Catecismo de Heidelberg (1563) e, especialmente, a Confissão e os Catecismos de Westminster (1647-1648). Um advogado importante no século XVIII foi Jonathan Edwards (1703-1758). Nos séculos XIX e início do século XX, o ponto de vista foi defendido pelo grupo da Velha Princeton (Old Princeton),[9] incluindo A. A. Hodge, Charles Hodge, B. B. Warfield e J. Gresham Machen, bem como por teólogos reformados holandeses como Abraham Kuyper e Herman Bavinck. Os nomes de Louis Berkhof, John Murray e H. Gordon Clark também devem ser mencionados aqui.



Os principais escritores calvinistas da atualidade incluem R. C. Sproul, Bruce Ware, John Frame, D. A. Carson, James R. White, Robert Reymond, John Piper, Wayne Grudem, e John Feinberg.



A maioria das denominações e igrejas conservadoras (que crêem na Bíblia), usando o nome presbiteriano são calvinistas, assim como são todas as denominações e igrejas conservadoras com a palavra reformada em seu nome. (“Teologia reformada” é rigorosamente equivalente a Calvinismo.) O Calvinismo também tem uma forte presença em muitos grupos batistas e entre igrejas independentes.



Tradução: Cloves Rocha dos Santos





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[1] Nota do tradutor: Este artigo faz parte de uma série de seis artigos, intitulada CONSIDERING CALVINISM, os quais foram publicados originalmente na revista americana CHRISTIAN STANDARD em março de 2007. Nela, Jack W. Cottrell examina a essência e os erros do Calvinismo e responde às questões: O que é o Calvinismo? Como devemos nos sentir em relação ao que ele ensina? Como é que o Calvinismo contrasta com o que acreditamos ser uma visão mais bíblica do pecado e da salvação? Os artigos são centrados na “Soberania e livre-arbítrio de acordo com o Calvinismo”; em “O Calvinismo e a Bíblia”; em uma explicação e resposta em duas partes para “As Doutrinas da TULIP”. Incluem-se também um artigo sobre “As origens do calvinismo”, o qual não se originou com João Calvino e uma “bibliografia dos melhores livros que explicam o Calvinismo e o Arminianismo”. (fonte: http://www.christianstandard.com/articledisplay.asp?id=559).

[2] Nota do Tradutor: Jack W. Cottrell atualmente é professor de teologia no Seminário Bíblico Cincinnati, recebeu seu Doutorado em Filosofia (Ph. D) do Seminário Teológico de Princeton em 1971 e outros graus do Seminário Teológico de Westminster, da Universidade de Cincinnati, e do Seminário e Faculdade Cincinnati. Ele tem escrito extensivamente em teologia e serviu como co-editor do Novo Testamento da College Press NIV Commentary Series, colaborando com um comentário de dois volumes sobre Romanos (1996, 1998) na série. Dentre os seus principais títulos, durante a sua carreira escreveu a sua trilogia: What the Bible Say About God The Creator – O que a Bíblia diz sobre Deus, o Criador; What the Bible Say About God The Redeemer – O que a Bíblia diz sobre Deus, o Redentor e What the Bible Say About God The Ruler – O que a Bíblia diz sobre Deus, o Soberano; sua Teologia Sistemática de 608 páginas, intitulada: The Faith Once for All: Bible Doctrine for Today – A Fé de uma Vez por Todas: Doutrina Bíblica para Hoje; e Headship, Submission, and the Bible – Liderança, Submissão e a Bíblia (lançado no início de 2008).

[3] Martinho Lutero, Bondage of the Will – Escravidão da Vontade, tradução de J. I. Packer & O. R. Johnston (Old Tappan, NJ: Revell, 1957), 80.

[4] Ulrich Zwinglio, “On the Providence of God – Sobre a Providência de Deus”, The Latin Works of Huldreich Zwingli – As Obras Latinas de Ulrich Zwinglio (Philadelphia: Heidelberg Press, 1922), II:203.

[5] Idem., II:203-204.

[6] João Calvino, “A Treatise on the Eternal Predestination of God – Um Tratado sobre a Eterna Predestinação de Deus”, Calvin’s Calvinism – O Calvinismo de Calvino, tradução Henry Cole (Grand Rapids: Eerdmans, 1956), 189.

[7] Calvino, “A Defence of the Secret Providence of God – Uma Defesa da Secreta Providência de Deus”, Calvin’s Calvinism – O Calvinismo de Calvino, 241-242.

[8] Calvino, “Treatise”, 126.

[9] Nota do tradutor: Old Princeton é uma definição que faz referência aos presbiterianos da Velha Escola (Old School Presbyterians), os quais também ficaram conhecidos com os Teólogos de Princeton (Princeton theologians). Esses teólogos mantiveram a ortodoxia calvinista de 1830 a 1860 no Seminário Teológico de Princeton. Os principais vultos foram Archibald Alexander Hodge, Charles Hodge, Benjamin Breckinridge Warfield e John Gresham Machen, os quais acreditavam que a sua teologia refletia fielmente as crenças reformadas e que deveriam estar no centro do Presbiterianismo americano. Eles argumentaram que o seu Calvinismo estava historicamente alinhado com a Confissão de Fé de Westminster, João Calvino, Agostinho e com a própria Bíblia. O próprio termo “Teologia da Velha Escola” indica que os seus adeptos queriam manter as tradicionais doutrinas reformadas. Eles queriam um “Calvinismo consistente” e desenvolveram concepções distintas de confessionalismo, reavivalismo, igreja e política. Devido a sua posição sobre estas questões, a facção da Velha Escola expulsou a Nova Escola da igreja em 1837 por ter esta divergido deles. Acreditando que a ortodoxia doutrinária era de importância fundamental a cristã, os homens da Velha Escola desejavam um rigoroso confessionalismo ou a adesão completa à Confissão de Fé de Westminster. Vários líderes da Nova Escola, tais como Albert Barnes e Lyman Beecher foram acusados de sustentar uma visão sub-calvinista relacionada com a Teologia do Novo Céu de Nathaniel W. Taylor, que defendia: 1) em relação ao pecado original que todos os homens estão perdidos, mas o pecado de Adão não foi imputado a ninguém; 2) Deus não determinou o destino de todos os homens por meio da Eleição, nem determinou o que acontece no nosso mundo; 3) Cristo não morreu na cruz como um sacrifício pelo pecado somente dos “eleitos”, em vez disso, ele ensinou que a morte de Cristo é o meio pelo qual Deus pode exortar os pecadores livremente ao abandono dos seus pecados e se converterem, especialmente quando confrontados com os benefícios e privilégios que uma vida piedosa pode lhes outorgar. Para justificar a sua posição, Alexander e Hodge responderam a Taylor em sete artigos na Revista Princeton (1830-1831), salientando as doutrinas reformadas como a imputação do pecado de Adão (Adão atuou como representante de todos os homens e seu pecado foi imputado a eles), a expiação substitutiva de Cristo, e a obra regeneradora do Espírito Santo. (fontes: http://mb-soft.com/believe/txc/oldschoo.htm; http://en.wikipedia.org/wiki/Princeton_theologians e http://en.wikipedia.org/wiki/Nathaniel_William_Taylor).
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