Por que o homem busca resposta sobre a eternidade?
Luciano Rogerio de Souza
Em 2011, vários diretores e roteiristas, estão explorando a temática eternidade e temas similares. O diretor Clint Eastwood investiga o tema no filme Além da Vida. Já Ferzan Ozpetek em O Primeiro Que Disse, também aborda o assunto. Em A Árvore, a diretora Julie Bertucelli demonstra preocupação com a temática. Há uma busca de resposta sobre a perenidade que é algo viral. Analisemos um pouco mais o conceito de perpetuidade ao longo da história.
A eternidade é uma crença bem mais antiga que as pessoas podem imaginar. De acordo com psicólogos e historiadores de religiões e também a Antropologia, o Homo Sapiens, sempre acreditou em viver eternamente. Havia um desejo forte dos homens primitivos em ser perenes, porque a eternidade era um atributo dos deuses supremos. Esse anseio era universal, presente em várias culturas (Ásia, África, Europa, Oceania e Américas), lugares e tempo.
Os egípcios acreditavam que após a morte, adentravam a perpetuidade. Para eles, a morte, apenas fazia uma separação entre o corpo e a alma. A vida continuava pós túmulo desde que a alma desligada do corpo, encontrasse o mesmo dentro da sepultura. Então precisava conservar o corpo, desenvolvendo as técnicas da mumificação. O coração era o órgão que seria julgado posteriormente a morte. Com isso, esse órgão era retirado do corpo e colocado separadamente em vaso que ia dentro da tumba.
Os hebreus resgataram a crença monoteísta (crença em só deus). Pois a religião sofreu uma degeneração. Os primeiros seres humanos eram monoteístas, depois desceram para a crença do animismo (crença que tudo tem alma, plantas, pedras, árvores, etc) e por fim chegaram até o politeísmo (crença em vários deuses). Esses semitas (descendentes de Sem um dos filhos de Noé) acreditavam numa vida eterna fundamentada na Tanach (bíblia hebraica). Para os hebreus a eternidade viria após à ressurreição dos corpos e seguida de juízo final. Os bons seriam recompensados, as pessoas que praticavam coisas más seriam punidas. O conceito de sempiterno para esse povo derivava de um dos nomes a qual sua Divindade era denominada: Eterno (Iavé). Corroborado com um atributo que lhe pertencia: eterno/eternidade.
Os gregos antigos diferentes dos egípcios queriam ser eternos por meio da imortalidade, que procuravam com força e poder. Ser imortal significava deixar marcas, pegadas na vida cotidiana, impondo o poder pessoal sobre os demais. Para isso precisavam vencer uma guerra: da alma contra o corpo. Atualmente estamos assistindo a ressurreição desta cultura pagã (grega). Pessoas querendo ser imortais pelo culto exacerbado ao corpo, pela desvalorização do sagrado, pela exaltação do profano, pela desconsideração dos valores cristãos. E por ultimo uma sensação falsa de liberdade que a “imortalidade” aparenta oferecer. Afinal por que a humanidade busca desesperadamente entender sua própria preocupação para com a eternidade?
A busca, a preocupação do homem para com a eternidade, encontra-se na Bíblia - Fez tudo aprazível em seu tempo; também colocou o sentido de eternidade no coração do homem (Ec. 3.11a). Deus criou o homem para eternidade. O interesse humano pela eternidade é simplesmente um dispositivo que o Criador introduziu na coroa da criação (o ser humano), no momento da sua “confecção” (Gn. 1.26,27).
Há ainda outro texto bíblico que enfatiza que os homens contem a imagem e a semelhança de Deus - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança (Gn. 1.26a). O homem é o equilíbrio do universo (animal/divino). É o único ser que tem duas naturezas: física e espiritual. Enquanto que numa natureza (física) envelhecemos e morremos na outra (espiritual) isso não acontece, pois é a própria essência da divindade. O espírito do homem nunca irá envelhecer, pois é perenal.
Portanto o homem é uma reprodução (imagem) exata do Criador, com sua aparência espiritual, pois Deus é espírito – eterno (Jo. 4.24). Não podemos esquecer que na eternidade há um tribunal para julgar todos os nossos atos - E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Ap. 20.11-15).
CONFIRA TAMBÉM
0 comentários:
Postar um comentário